segunda-feira, 18 de maio de 2009

Cada Estação!


[O solstício trouxe, de novo, o inverno, chegou de mansinho, como em todos os anos, tão bonito quanto um sonho esplendoroso, vestido de um rosicler auroral. Veio suavemente declinando sobre as cidades, cordilheiras e vales.. em horas de um dia lúcido de um branco-nacarado!!]

O verdadeiro inverno, aquele, que eu possa sentir o friozinho, ver as árvores cobertas de neve, atolar o pé na "núvem", fazer bolas de Algodão, um branco esplêndido que até dói o olho, realmente.. eu admiro e acho muito, muito lindo. Muito me fascina!

Esse inverno sempre me encantou, talvez eu saiba o porquê; deve ser pelos filmes de Natal que se passa na TV e que eu assistia com tanta admiração, era algo inexplicável poder ver apenas pela tela as ruas cobertas de neve, os pinheiros brancos, o friozinho, agasalhados, aquilo me contagiava e me fazia anseiar por vivenciar. Ah como me lembro dessa fase, bons tempos de que eu tinha tempo pra assistir sessão da tarde, como me dá nostalgia!!!
Pena que no Brasil eu não posso contemplar este fenômeno tão lindo. Ah.. e as Serras Gaúchas?! Mas creio que não seja tão encantador!

Embora eu acha lindo, há uma face triste do inverno, de tal forma exala melancolia, dúvidas circulam em minha mente, um medo que me impede de caminhar, perguntas que não se calam dentro de mim e que nem ao menos consigo escutar as respostas: Deus, por quê? Que fiz pra merecer?

Um amigo me disse uma frase e realmente tem muito sentido:
Para que exista a PRIMAVERA é necessário que exista o INVERNO!!!
E eu quero poder entender e aceitar com fé essas palavras..
Para que eu veja o Verde[Esperança] que hoje está coberto de Branco[Mas não de paz], florescer e exalar um Doce Perfume... trazendo VIDA!

"Outono Espiritual"

O dia amanheceu sombrio, após uma longa noite.
Veio silencioso, e ensombrado por uma densa neblina matinal, que mantêm a minha face coberta de umidade.
O despertar revigorou a tribulação e a angústia que me atormentam.
A melancolia instalou-se no meu rosto, e a apatia faz morada no meu olhar.
Carrego sobre mim o peso da nova estação,o Outono…As árvores sofrem as investidas do vento Norte, que lhes vai despindo o manto de esperança.
E sinto-me fustigada por um vendaval de problemas,que me faz rodopiar, e rodopiar no ar, sem parar.
Hoje, aqui sentada, no lugar de sempre, há olhares que me miram, mas ninguém me vê realmente.
Ninguém vê que a minha mente vagueia por entre as folhas lançadas ao chão…Folhas de sofrimento. Folhas de desilusão.
E o meu pranto mistura-se com a melodia silenciosa da natureza.
Estou magoada, sofrida,e enclausurada em mim mesma.
Mas lembra-me que as lutas fazem parte da vida do crente, E o vento Norte investe tão duramente, limpa a ramagem seca que me impede de florir completamente.
As lágrimas que deslizam suavemente no meu rosto, regam o jardim que me envolve, onde com ternura e devoção,
Lanças com as mãos no coração sementes que no tempo certo irão nascer, crescer e florescer.
Que eu tenha, pois, bom ânimo e não desfaleça, ao contemplar esse manto de folhas caído sobre a terra úmida e fria.
Erga-me!!! com fé derramar minhas dores aos pés do Salvador.
E quero ver o nascer do sol, ao amanhecer espalhar sorriso, sentir aroma das flores e do mar.
E que uma nova luz irradie do meu olhar.
[Adaptado][Fonte: http://flor-docearoma.blogspot.com/]

Começando meu cantinho!

Há um mar...
Há um mar revolto de dúvidas
que me invadem.
Ondas gigantes onde a incerteza,
o medo e a ansiedade habitam.
Faço projectos para um amanhã
que não sei se virá.
Luto por sonhos impossíveis,
objectivos inatingíveis…
Saberei eu definir o que quero?
Sim!
Só não sei como o atingir.
E é neste balanço da vida
constante e agonizante
que permaneço.
Dói-me o desgaste físico
muito mais o da alma.
Inicia-se um novo dia.
Permaneço aqui, em silêncio,
Escuto a canção do mar,
e respiro a sua fragrância
apenas com o olhar.
Sabes que sou mais pequena
que um grão de areia,
mais transparente
que a gota de orvalho,
e mais frágil que o cristal.
Mas é em ti Senhor,
que busco refúgio, força e paz
a cada novo amanhecer
na procura de respostas
que o amanhã, quem sabe trará!